SOCORRO! Cadê eu? | Por: Deza Leon

Esses dias eu fiz um post no insta em forma de desabafo, e fiquei bem surpresa, pois tive muitas mensagens de mães que estão na mesma situação, mas também tive muitas mensagens de apoio, de mães que já passaram por isso e garantiram: É UMA FASE! PASSA… Então resolvi tocar nesse assunto um pouco mais profundamente, afinal, tem pano pra manga aí….

“Eu nunca fui tão feliz! Mas nunca fui tão feia! Estou criando coragem para tocar nesse assunto há meses! No dia que o Gui completou 5 meses eu vi uma gordinha escabelada no espelho e não me reconheci! Não me sinto atraente. Não me vejo mulher. Estou voltando para a academia, mais em busca de uma hora só para mim do que em busca de emagrecer…

Nos últimos dois meses estou em uma briga interna muito grande! Ele ficou bem doentinho, dentes nascendo. Eu estava cheia de eventos e compromissos. De dia cuidava do Gui, a noite cumpria minha agenda. Que eu amo! Tanto o Gui quanto minha vida social! Se não fossem as amigas eu não sei o que seria de mim para desopilar! Se não fosse meu marido parceirasssssssso eu não sei o que seria de mim para dar conta das tarefas todas! Mas e tempo pra mim?

Fui sumindo dentro de mim. E quase não me encontro mais, sabe? Sim, sou mamãe e sim AMO MEU FILHO! Mas cadê eu nesse turbilhão todo? Buço grande (nem vou mencionar o resto!), unhas desparelhas, meio roídas, um cabelinho crespo que não cresce e não se ajeita nunca! Cabelos brancos! Roupas largas. Sapatos baixos. Sem brinco, sem make. Cadê eu? Onde eu To? Preciso PRECISO me reencontrar! Preciso enxergar uma luz no final do túnel. Preciso voltar a ser mais eu!”

E fiquei lembrando, quando eu estava grávida, gigantesca e redonda, tudo bem, eu estava radiante, gerando uma vida e me sentindo muito empoderada por este presente da natureza! Então o Gui nasceu e ficou 3 semanas na UTIneonatal. Ali naquele momento eu deixei totalmente, por motivos OBVIOS de existir. Era foco total nele, nos cuidados médicos, nos procedimentos, nos aparelhos, tensa para pegar ele no colo, tensa para dar mamá e para ter leite, tensa para trazer ele pra casa…

Então ele veio para casa. Quem já teve bebezinho sabe o sufoco que os primeiros dias, semanas, meses são! Tu nunca acerta o porquê de cada choro! Quase matei o Guilherme de fome, insistindo na amamentação exclusiva… Fiz febre na criança por encher ele de roupas..

O tempo passou. Passou um mês, dois, três. Chegou natal. Ano novo. Carnaval. E foi no Carnaval, no dia que o Gui fez 5 meses, que eu me olhei no espelho.

Então decidi que iria voltar pra academia e arrumar os cabelos, imediatamente. Mas, como sabemos, o tempo na maternidade não é mais nosso. Guilherme começou com dente, bronquiolite, nesse looping até hoje….

Daí me inscrevi na academia em abril. Só fui em maio. Estou para terminar meu clareamento dental desde janeiro. Esperando para agendar “barba cabelo e bigode”… desde março.

E assim nestes últimos 2 meses, que foi quando me vi, tão feia, tenho ficado muito triste. Com muita vergonha do meu corpo. Muita vergonha de tirar foto, me escondendo, evitando espelhos, com roupas super largas. Indo a eventos e me sentindo muito feia! Sem contar na quarentena que virou oitentena…

Mas, apesar de me sentir feia, essas idas a eventos me deixam feliz! É onde vejo as amigas, converso, me atualizo, tomo meus drinks. E nesses momentos o Gui fica com o pai. Criam vínculo, brincam, se entendem. Ótimo para todos! Mamãe em evento, papai com o Gui. Maravilhoso, né? Alguém já falou na culpa da mãe? Quando nasce a criança, nasce uma culpa sem fim! Culpa materna é foda! Culpa por tudo. Estou em evento me sentindo culpada pois poderia estar em casa, com meu filho, mesmo depois de passar o dia todinho em função do Gui, logicamente ter deixado tudo organizado e meu marido nunca me cobra nada! Me sinto culpada. Culpada e feia!

Por Deza Leon | Pedagoga e Blogueira