O dormitório do seu filho é um ambiente saudável? | Por: Cintia Del Pino, arquiteta

Tenho me questionado muito nos últimos tempos sobre o grau de importância que tem sido dado nos projetos para a questão da “saúde” dos ambientes, especialmente dos quartos de criança.

Podemos pensar que um “ambiente saudável” é aquele que recebe limpeza diária, mas a questão vai muito além da higienização do dormitório.

Em geral, focamos no layout para definirmos a disposição do mobiliário e sua ergonomia, na setorização das funções e criação de circulações adequadas. Resolvemos as questões relacionadas à aeração do ambiente, focamos nos aspectos decorativos para criar a harmonização fazendo uso das cores e estampas e também na iluminação para proporcionarmos aconchego e relaxamento. Priorizamos alguns itens de segurança como a escolha de mobiliários com cantos arredondados e tapetes antiderrapantes, o que de fato são itens fundamentais para a garantia da eficácia do projeto.

No entanto, alguns aspectos importantes têm sido desconsiderados na maioria dos projetos, principalmente nos dormitórios de crianças e adolescentes, no que diz respeito ao uso de televisões, videogames e computadores.
Até que ponto ter um equipamento desses dentro do dormitório das crianças auxilia ou prejudica no seu desenvolvimento?

Segundo estudos feitos em universidades americanas e francesas, não é saudável colocar TV, videogame ou computador no dormitório das crianças e adolescentes.

Dentre os diversos fatores relacionados para evitarmos esse tipo de equipamento estão os seguintes, conforme levantamento em reportagem do jornal The New York Times:

– resultados significativamente mais baixos em testes de matemática, leitura e linguagem (notas mais baixas)
– mais chances de apresentarem problemas para dormir
– aumento de peso
– diminuição do hábito da leitura
– menor envolvimento dos pais com os filhos
– redução da intensidade com que a criança reage a estímulos

E agora? O que pensar sobre esse hábito tão comum entre as famílias brasileiras de instalar desde muito cedo esses equipamentos nesse ambiente que deveria ser projetado para gerar tranqüilidade, equilíbrio, repouso e fortalecer os laços de convívio entre pais e filhos?

Se você está pensando o que fazer com esses equipamentos, já que a maioria das pessoas depende deles, principalmente dos computadores, a sugestão é colocá-los em outro ambiente que não sejam os dormitórios. Dessa forma, o seu uso ficará relacionado a determinado período de tempo e não irá interferir de forma tão prejudicial na saúde física e mental de seus usuários.

Parece retrógrado pensar na “sala de TV”, não é mesmo? Os tempos mudaram, os ambientes hoje em dia são integrados e cada indivíduo tem seu tablet, smartphone… Mas, como seres pensantes que somos, cabe a cada um de nós refletirmos sobre os benefícios e malefícios que os avanços tecnológicos nos trazem.

O ideal é nos perguntarmos até que ponto vale a pena o uso desses equipamentos e avaliarmos como está a rotina da nossa casa e o convívio entre os familiares.

Dessa forma encontraremos a resposta para essa questão e possivelmente corrigiremos erros, ou melhor ainda, evitaremos futuras dores de cabeça com nossos filhos.

Até a próxima coluna : )

Por Cintia Del Pino | Arquiteta

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